Aula 01 - 2o Bimestre

Movimentos Sociais

Os movimentos sociais podem visar grandes ou pequenas mudanças. Por exemplo, o movimento dos sem-terra (MST) visa a reforma agrária de todo o Brasil; já o movimento contra as propagandas de cerveja teriam pouco impacto no cotidiano do brasileiro.

Mas o que é um movimento social? É uma organização estruturada e identificável cuja finalidade é juntar pessoas para lutar por um objetivo. O movimento social deve ser reivindicatório. Por exemplo, um grupo de estudantes que se organiza para “barrar” o processo do “telecurso” no DF é um movimento social porque reivindica algo; já um grupo de estudantes que se reúne para estudar, não é, embora se reúnam em torno de um objetivo.

Existem várias formas para que os movimentos sociais conquistem seus objetivos: desde a publicidade até a violência física.

Quaisquer que sejam os objetivos e os meios empregados, os movimentos sociais sempre possuem um fundo de proselitismo, os seja, precisam conquistar adeptos.

Diferença entre movimentos sociais e formas permanentes de organização:
um movimento social sempre se organiza em torno de uma reivindicação e existe para esta. A família ou a igreja, por exemplo, são formas permanentes de organização permanentes de organização e, embora possam se organizar em prol de algum objetivo, não existem para isso, sua existência é anterior a este objetivo.

Segundo o sociólogo Alain Touraine, para que o movimento social chegue a existir enquanto organização ele precisa reunir certos princípios de existência. Existem 3 desses princípios: o princípio de identidade; da oposição; e da totalidade.

Princípio de Identidade: o movimento social deve definir a quem representa e quais interesses ele defende.

Princípio da Oposição: o movimento social deve identificar os seus adversários. Todo movimento social luta contra uma resistência, procura vencer a oposição, a apatia ou a indiferença de seus adversários. No entanto, no decorrer de sua ação, um movimento social pode mudar de adversários.

Princípio da Totalidade: todas as reivindicações de um movimento social devem ter como base um “valor superior”, um ideal universal como os “direitos humanos” ou a “vontade divina”, por exemplo.

Touraine acredita que é no interior dos movimentos sociais que se criam os novos valores da sociedade. Mas para percebermos isto, temos que usar um método chamado “análise acionalista” que estuda a origem dos valores por meio da ação histórica.

Os movimentos sociais não são uma característica exclusiva das sociedades modernas, mas é na modernidade que eles se multiplicam e ganham força. Na sociedade moderna a opinião pública e o governo são constantemente solicitados por movimentos sociais. Por isso, nas ditaduras contemporâneas, os movimentos sociais são duramente reprimidos e aniquilados. No entanto, os movimentos sociais sempre dão um jeito de renascer e acumular forças para enfrentar o governo ditatorial.